O Que é a Vida? Uma Reavaliação para o Século XXI
02-07 Março, 2025
Oratorio di Barottoli
Apesar de muito progresso na compreensão do que a vida FAZ (metabolismo, genética, fisiologia), pouco sabemos sobre a natureza da vida, o que ela É. A origem da vida na Terra, marcada pela transição de matéria inerte em matéria viva—ou seja, o surgimento de matéria que interage com o meio-ambiente com intencionalidade—permanece um grande mistério. Como que química se torna viva? Revisitamos essas questões, reunindo profissionais de várias áreas, incluindo cientistas, filósofos, e artistas interessados na natureza da vida, para entendermos melhor os desafios dessa questão tão essencial. De grande importância são os desenvolvimentos atuais e futuros da bioengenharia e da manipulação genética de seres vivos, em particular, as implicações éticas e o impacto ambiental dessas tecnologias.
PARTICIPANTES
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Philip Ball é um escritor britânico de ciência. Durante mais de vinte anos, foi editor da revista Nature, para a qual continua escrevendo regularmente. Ele também contribui frequentemente para a revista Prospect e é colunista da Chemistry World, Nature Materials e BBC Future.
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Melanie Challenger é escritora, pesquisadora e apresentadora, com foco em história ambiental e filosofia da ciência. É vice-presidente do Conselho de Bioética de Nuffield e vice-presidente da RSPCA no Reino Unido. Ela é autora do livro How to Be Animal: What it Means to Be Human (2021).
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Robert Miller Hazen é mineralogista e astrobiólogo norte-americano. É cientista pesquisador no Laboratório Geofísico da Carnegie Institution for Science e professor Clarence Robinson de Ciências da Terra na George Mason University, nos Estados Unidos. Hazen é diretor executivo do Deep Carbon Observatory.
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Roberta Raffaetà é professora associada de Antropologia Sociocultural no Departamento de Filosofia e Patrimônio Cultural da Universidade Ca’ Foscari de Veneza e vice-diretora do NICHE (The New Institute: The Centre for Environmental Humanities). Sua pesquisa examina as múltiplas formas pelas quais as pessoas atribuem valor à vida em um mundo de interdependência entre humanos e não humanos, com ênfase em como a ciência está se transformando diante dos desafios eco-sociais e das revoluções tecnológicas. Seu trabalho se situa na interseção entre antropologia médica, antropologia ambiental/ecologia política, estudos de ciência e tecnologia e arte.
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Paul Vanouse é um artista que trabalha com mídias emergentes e professor distinto da SUNY na Universidade de Buffalo. Sua prática é guiada por uma interdisciplinaridade radical e um amadorismo apaixonado. Desde o início dos anos 1990, suas obras exploram as complexas questões levantadas pelas novas tecno-ciências, utilizando essas mesmas tecnologias como meio de expressão. Suas criações incluem dispositivos de coleta de dados que analisam as implicações da categorização e das pesquisas de opinião, experimentos genéticos que questionam as construções científicas de raça e identidade, além de organizações temporárias que fazem uma crítica lúdica à institucionalização e à corporativização. Essas "Ficções Operacionais" são entidades híbridas – simultaneamente reais e representações fantasiosas – projetadas para ressoar no contexto hiper-real do mundo eletrônico contemporâneo.
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Andreas Weber estudou biologia, com especialização em ecologia marinha, e filosofia em Berlim, Hamburgo e Freiburg. Sua tese de doutorado, Natur als Bedeutung, explora uma teoria semiótica da vida. Como jornalista freelancer, contribuiu para diversos veículos da mídia alemã e atualmente trabalha como escritor e professor na Universidade de Artes de Berlim. É autor de vários livros, incluindo Alles fühlt (2007), Lebendigkeit (2014) e Indigenialität (2018). Em suas obras de não ficção, Weber desafia a visão mecanicista da vida e já recebeu diversos prêmios por suas contribuições jornalísticas e filosóficas.
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Conheça o anfitrião
Marcelo Gleiser é um dos intelectuais públicos de maior impacto no pensamento contemporâneo brasileiro e mundial. Professor titular de física e astronomia no Dartmouth College, com doutorado pelo King's College de Londres. É autor de centenas de artigos especializados e milhares de ensaios, publicados desde o New York Times até revistas infantis. Marcelo é detentor do Presidential Faculty Fellows Award, dado em 1994 pelo presidente Bill Clinton, conselheiro geral da Sociedade Americana de Física, vencedor de três prêmios Jabuti, autor de 16 livros com traduções em 18 línguas, presença em diversos documentários e séries de TV no Brasil e no mundo, colunista da Folha de São Paulo de 1997 a 2018, e ex-fundador e diretor do Instituto de Engajamento Interdisciplinar do Dartmouth College. Em 2019, foi o primeiro latino-americano a vencer o Prêmio Templeton, um dos mais prestigiosos do mundo, dado também à Madre Tereza de Calcutá e o Dalai Lama, dentre outras celebridades.
Co-líder do projeto
William Egginton é Professor em Humanidades da Decker, presidente do Departamento de Línguas e Literaturas Modernas e diretor do Alexander Grass Humanities Institute na Johns Hopkins University. É autor de diversos livros, incluindo How the World Became a Stage (2003), Perversity and Ethics (2006), A Wrinkle in History (2007), The Philosopher’s Desire (2007), The Theater of Truth (2010), In Defense of Religious Moderation (2011), The Man Who Invented Fiction: How Cervantes Ushered in the Modern World (2016), The Splintering of the American Mind (2018) e The Rigor of Angels (2023), que figurou em diversas listas dos melhores livros do ano, incluindo as do New York Times e do New Yorker. É coautor, junto com David Castillo, de Medialogies: Reading Reality in the Age of Inflationary Media (2017) e What Would Cervantes Do? Navigating Post-Truth with Spanish Baroque Literature (2022). Seu livro mais recente, sobre as dimensões filosóficas, psicanalíticas e surrealistas da obra do cineasta chileno Alejandro Jodorowsky, foi publicado em janeiro de 2024.
